28 de fevereiro de 2011

COMEÇAR

Começar é aquilo que nunca começa, é um fim já quando começa. O fim do que nunca começa já no seu primoderradeiro suspiro, seu grito de desejo e de renúncia, sua abstenção plena de desesperança e de perseverança.
Começar é um átimo, um relâmpago em meio às trevas soturnas do amanhecer. Ouve-se um grito, e já não se trata de grito, mas de súplica indiferente. Quem nos ouve? Que tranquilidade se perturba com o mover dos lábios convulsos aqui no interstício entre uma verdade e a Verdade? Começar é uma dor maior que a dor.