10 de outubro de 2005

O terremoto de Islamabad


Catástrofes naturais sempre aconteceram, e o homem, diante do que não pode evitar, duvida de sua inteligência e de sua potência. Nós, tão pequenos, tâo incapazes e, ao mesmo tempo, tão ágeis num mundo arisco como um animal selvagem.
Os escombros e as lágrimas proliferam em Islamabad. A destruição daquilo que parecia seguro sob um chão firme e imutável faz soar na nossa mente o som do... que nome dar ao que não nos pertence? Com qual termo podemos, incipientes, definir o indefinível? Faltam palavras, como faltam idéias suficientes para compreender "Deus", "tempo", "acaso". "Destino?"
Há poucas semanas, minha vida estava planejada pelo menos até o final deste ano que caminha para o fim. Então, resolvi algo totalmente diferente. Aonde foram meus planos? Desfizeram-se, para que outros nascessem. E, assim como estes agora estão aqui, dentro de mim, eles podem também tomar outra direção.
Pois, na verdade (caso ela exista), o que nos pertence, ainda que de forma tênue, indecisa, é isso: uma noção ainda vaga, ainda imprecisa, denominada VIDA.

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