7 de novembro de 2005

Direitos

O ar que nos dá vida é um direito.
A água limpa que banha e rega e nutre é um direito.
É direito o alimento, o proveito,
o prazer do alimento.
O dormir confortavelmente,
O acordar complacente,
O "bom dia" sorridente,
O lar conveniente.
É direito o ter alguém a quem ofertar
Um cumprimento salutar.
É direito numa família
Poder se abrigar.
É direito poder falar tão naturalmente
Quanto o próprio ato de respirar,
Poder rir ou gargalhar em horas indefinidas
E chorar com olhos rubros
No quarto semi-escuro
Ou sob luzes de avenida.
É direito ser um sonho
De si mesmo
Ou de um outro,
Mas mais direito é ser quem se é.
Mais direito é poder desejar
O que o coração vier a desejar.
Mais direito poder
Estar apaixonado
Por quem está ao lado,
Direito ou esquerdo,
Sem julgamento que venha
Do que nem nome tem,
Nem razão - e quem tem o direito
De dar nome ao coração?
O que não cabe em fórmulas
Tem o direito de se manifestar.
Tem? Mas quem determina
O momento ou o lugar
Em quem uma mão toca outra,
Onde começa o amor
Ou onde ele termina?
É direito não ser patologia,
Aberração ou anomalia,
Ou qualquer caso incorrespondente
Aos manuais de psicologia.
Mas - eita coração inquieto! -
As cores, os amores,
A escala de valores,
Tudo isso - alguém responda -
Quem é que determina?

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