24 de fevereiro de 2007

Crepúsculo

A hora se espanta de ser a própria hora...
Foz de espiral que gira autofágica
Devora com letras minha alma
Fria de lama e vento e caos...

Escrita de estar na tormenta
Folhas secas no volúpico outono...

Fresco som nenhum de alhures
Ao efêmero dos ouvidos castros
Evapora em mim o sangue que sou
Cruz que há entre as estradas...

Persigo o que desfalece em linhas
Espaços fractais de um sonho de fogo
Queda de idéia até palco...

Enquanto isso, no vácuo espaço
Entre livros e asfalto e perguntas
É a vida como um mendigo...

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